Publicado por
Hiago Branco
22
de
April
de
2021
Não existe construção civil sem orçamento de obras. Dessa forma, cabe a pergunta: “Quais os elementos necessários para um orçamento de obras bem-feito?”. A resposta é: Planejamento!
Basicamente, isso é o necessário para realizar um orçamento de obras completo. Porém, esse planejamento envolve muito mais do que apenas pensar no que fazer e como fazer. É necessário realizar uma série de procedimentos para garantir que não haverá surpresas desnecessárias. Na prática, há uma grande quantidade de itens que precisam ser levados em consideração durante a elaboração de um orçamento de obra.
E assim podemos assumir que quanto mais completo for o orçamento, melhor são os resultados que o empreendimento terá sob o ponto de vista financeiro. Além disso, o orçamento é importante para evitar desperdícios de materiais e contribuir de forma indireta com outros fatores importantes, como a sustentabilidade.
Assim, fizemos este artigo para abordar sobre o que deve apresentar um orçamento de obras completo e, principalmente, como fazê-lo. Se você é profissional do ramo, especialmente se trabalha com licitações, é necessário ter todas essas informações muito bem armazenadas.
Continue lendo e saiba tudo sobre como fazer um orçamento de obras completo!
Orçamento de obras é um elemento bastante técnico dentro da construção civil. E, como tudo que é técnico, é necessário que para fazê-lo, se leve em consideração planejamento e que se respeitem os métodos para aplicação correta das diretrizes que regem um bom orçamento de obras.
Muitos dos métodos utilizados nós iremos falar aqui. Mas é importante fazer com que estes métodos sejam aplicados em todo os orçamentos, por meio de checklist ou qualquer outro mecanismo, a fim de que eles não sejam esquecidos e o resultado final não seja prejudicado.
Outra dica muito valiosa é a de automatizar o orçamento de obras, por meio da inserção de tecnologia durante o processo. O principal elemento é a utilização de um software de orçamento de obras, o que falaremos de forma mais aprofundada posteriormente.
Além disso, outros elementos que podem contribuir é a utilização padronizada de documentos e do próprio orçamento. Isso não quer dizer que todo orçamento será feito da mesma maneira, mas que as diretrizes básicas serão respeitadas e, assim, o resultado tenderá a ser mais apropriado e correto.
Como é difícil planejar sem um ponto de saída, o Tribunal de Contas da União (TCU) criou uma cartilha com várias dicas importantes, criando uma espécie de check-list para a execução de um orçamento de obras. Vamos falar um pouco sobre essa cartilha, complementando o que já foi descrito pelo TCU.
Primeiro, é preciso uma retrospectiva da situação do local em que a obra será feita. Dessa forma, antes de mais nada, é preciso dar nome aos bois, identificando quem é o engenheiro responsável pela obra. Além do nome, é preciso o número do registro dele e sua identificação clara, para não haver dúvidas sobre a quem recorrer em caso de qualquer emergência.
E esse é só o começo da parte burocrática. Depois disso, é preciso estar atento a todo o descritivo técnico que envolve a obra em questão. Esse é o momento de maior atenção, pois a descrição precisa ser completa, sem qualquer tentativa de abreviação. Materiais usados, tipo de obra, profissionais possivelmente envolvidos e devidamente identificados, especificação das leis seguidas para o padrão da obra em questão e depois, colocar em registro todas essas informações.
Depois disso, é preciso olhar uma série de fatores importantes para os serviços de engenharia. Entre os itens citados pelo Tribunal de Contas da União, destacam-se:
Além da descrição detalhada do que será feito na obra, é preciso englobar as soluções técnicas adotadas no projeto, explicando porque elas são necessárias e justificando como os desenhos de projeto serão colocados em prática.
As especificações funcionam quase como um contrato. Serão fixadas todas as regras e condições que precisam ser seguidas tanto pelo contratado quanto por quem vai executar. Aqui, é preciso explicar materiais, equipamentos, componentes, métodos e sistemas construtivos e como serão executados os serviços em questão.
Nesse espaço, é anexado o Memorial Descritivo e especificado como cada pagamento será feito. As Especificações Técnicas também devem ser anexadas, junto aos critérios de medição e como serão quitados os serviços da obra.
É a metodologia utilizada aqui especifica o valor da obra por metro quadrado, complementando eventuais faltas que acontecem durante a criação do Memorial Descritivo e Especificação Técnica.
Nesse momento, é feita uma representação gráfica de quando os pagamentos são feitos conforme a obra avança. Dessa forma, o percentual financeiro e de obra serão acompanhados, para que possam ser previstos eventuais atrasos e conhecer o valor de cada etapa do projeto.
Além desses itens, ainda há um ponto muito específico que precisa ser discutido: a questão de custos. Mas para isso, é necessário abrir um tópico a parte.
O índice BDI na construção civil é a abreviação do inglês Budget Difference Income — Despesas indiretas, em tradução livre. Dessa forma, o BDI representa um elemento orçamentário que ajuda os profissionais da construção civil a compor o preço de venda de forma adequada, levando em consideração tanto os custos diretos como indiretos.
É importante destacar que, assim como qualquer outro índice, este não é absoluto. Cada orçamento deve conter seu próprio BDI, pois as condicionantes são únicas para cada situação.
Pegando o ganho do item anterior, se faz necessário levar em consideração os custos diretos e indiretos presentes na construção civil. Desse modo, podemos entender como custos diretos aqueles que ocorrem por conta da execução do serviço de forma direta. Assim, podemos destacar a compra de materiais, de terrenos, equipamentos, etc.
Os custos diretos, por serem mais palpáveis, são mais fáceis de serem calculados. Por outro lado, os custos indiretos são mais camuflados, e para serem contabilizados, é necessário muita atenção e conhecimento técnico do assunto — além de aplicar de forma eficaz o BDI.
Assim, podemos definir como custos indiretos aqueles que não são incorporados ao produto final, mas que influenciam na formação do custo total. Representa uma série de atividades e serviços que não estão ligados, diretamente, ao produto da construção civil.
Entre os principais exemplos, destacamos:
Quando se fala em orçamento de obras, as tabelas de composição de preços são assuntos obrigatórios. Todavia, um erro muito comum que orçamentistas comentem é de não levar em consideração estas tabelas.
Além disso, outro problema que ocorre com muita frequência é a da utilização das tabelas de forma equivocada, ou desatualizadas. É importante destacar que a utilização equivocada ou mesmo erros na aplicação das tabelas se tornam mais comuns à medida que o tamanho do empreendimento — e do orçamento — aumenta.
Portanto, novamente, a automatização se faz necessária. Aplicar uma tabela de composição de preços de forma automática e atualizada é muito importante para obter um orçamento mais preciso.
Outro elemento importante que deve ser considerado é a Curva ABC, que é utilizada como ferramenta gerencial em diferentes tipos de negócios e apresenta uma utilidade muito importante para a construção civil.
A Curva ABC classifica as informações ao separar os itens de maior importância ou influência. Desse modo, esta ferramenta contribui para otimização da administração dos custos de uma obra.
Outro nome utilizado para esta ferramenta é “80-20”, pois a Curva ABC se baseia no Teorema de Vilfredo Pareto, importante economista do século XIX. Este importante estudioso desenvolveu uma pesquisa e descobriu que a renda dos 20% mais ricos era equivalente à riqueza dos 80% restantes da sociedade.
Assim, a classificação estatística de materiais, segundo a Curva ABC, pondera a importância de acordo com a qualidade utilizada e o valor aplicado. Este instrumento também pode ser usado para a classificação dos clientes das construtoras. Nessa situação a Curva ABC relaciona a lucratividade proporcionada ou volumes de compra.
Este é outro erro muito comum que construtoras e profissionais da construção civil cometem — erro para determinar o preço de venda de um determinado imóvel. Dessa forma, é necessário levar em consideração diferentes aspectos a fim de gerar um preço de venda compatível com a realidade do empreendimento.
Além do CUB, é necessário levar em consideração outras variantes, como a localização do local. Assim, uma boa forma de garantir que o empreendimento seja cotado da forma correta é por meio de uma profunda pesquisa de mercado. Dessa forma, o imóvel terá um preço de mercado — nem tanto acima, tampouco abaixo.
Vale deixar uma fórmula muito utilizada para calcular o preço de venda de um determinado serviço ou obra:
Preço de venda = custo direto x (1 + BDI/100).
Assim, o BDI, novamente, aparece como um elemento fundamental para o orçamento de obras na construção civil.
Por fim, é importante comentar sobre o VGV — Valor Geral de Vendas. O VGV é determinado a partir da soma do valor potencial de venda de todas as unidades do empreendimento. O número indica também a viabilidade do projeto imobiliário sob a ótica do mercado.
Resumindo, para executar um orçamento de obra completo, é preciso o Memorial Descritivo, as Especificações Técnicas, o Caderno de Encargos a Memória de Cálculo de Quantitativos e um Cronograma. Com tudo isso em mãos, define-se quais serão os custos e as despesas da obra, somando-se no final o BDI. Com tudo isso, chegamos ao valor final, considerando custos profissionais, técnicos, burocráticos e de equipamentos.
A princípio, pode parecer difícil realizar um orçamento de uma obra, porém, basta seguir esse processo e tentar mantê-lo o mais detalhado o possível. Quanto mais detalhado deixamos esse orçamento, mais fácil será identificar pontos onde os custos podem ser reduzidos, discrepâncias e soluções alternativas à proposta original da obra, criando diferenciais competitivos comparado a outros orçamentos.
A utilização de um software para orçamento de obras deixou de ser item acessório a bastante tempo. Atualmente, é item obrigatório, especialmente para empresas que almejam construir grandes empreendimentos, ou mesmo participar de licitações públicas.
Planilhas manuais (quase extintas) e eletrônicas, como o bom e velho Excel, já não são suficientes para um orçamento de obra eficiente, uma vez que seu uso é limitado. Dessa forma, urge que sejam adotados programas automatizados, integrados e que recebam informações de diferentes fontes.
O OrçaFascio se encaixa perfeitamente nessa definição. As planilhas de Excel podem ser importadas pelo software, o que contribui para a compatibilização do programa com diferentes empresas e diferentes profissionais.
Além disso, o software é integrado à tecnologia BIM, o que o torna ainda mais eficiente. Documentos padronizados, tabelas de composição de preço atualizadas e muitos outros elementos tornam essa ferramenta imprescindível para profissionais e empresas do ramo.
Sendo assim, o orçamento de obras é elemento fundamental para qualquer empresa e empreendimento da construção civil. Saber como elaborar e fazer as melhores escolhas tornam este elemento muito mais efetivo.
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