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Conheça as 7 dimensões do BIM e suas vantagens

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A construção civil, ao longo dos anos, sofre influência direta das tecnologias disponíveis. Dessa maneira, a Modelagem da Informação da Construção ou Building Information Modelling (BIM) tem se mostrado uma ferramenta bastante promissora nas últimas décadas. Portanto, é necessário conhecer as dimensões do BIM para que consiga utilizar a tecnologia de forma eficiente.

Você sabia que cada dimensão trabalha sobre um aspecto da obra? Com o intuito de apresentar melhor a questão para você, fizemos este artigo. Inicialmente, introduziremos falando sobre o que é a tecnologia BIM e o seu panorama no país.

Em seguida, falaremos sobre todas as dimensões do BIM, explicando, minuciosamente, sobre cada uma delas.

O que é a tecnologia BIM?

BIM, como já mencionamos, é a sigla para Building Information Modeling. Consiste no processo de criação de modelos de informação para o ciclo de vida completo de um projeto de construção. Dessa forma, ele apresenta informações gráficas e não gráficas, que são armazenadas em um modelo compartilhado de dados.

À medida que o projeto progride e se torna mais completo, as informações se tornam mais detalhadas. Assim, costuma-se resumir o BIM como a criação de um modelo digital da construção.

Portanto, um conceito importante sobre o BIM é a ‘maturidade’, que é referente à capacidade da cadeia de suprimento em trocar informações de forma digital. Muitas vezes, o nível de maturidade do BIM é confundindo com as dimensões. Mas não se engane, são coisas diferentes.

As dimensões do BIM se referem aos tipos de dados que são vinculados a um modelo de informação. Dessa forma, ao criar dimensões adicionais aos dados, o profissional começa a compreender melhor a construção de forma integral.

Isto é, quais são as principais etapas de trabalho e como cada será entregue, quanto será o orçamento e como ele deve ser mantido, entre outros aspectos. Essas dimensões contribuem para que sejam aprimorados os dados associados a um modelo, otimizando assim o entendimento do projeto de construção.

Na contemporaneidade, a tecnologia BIM evoluiu das dimensões básicas para as mais sofisticadas. Dessa forma, nada impede que no futuro novas dimensões venham a ser incluídas.

O BIM e a construção civil no Brasil

O Brasil é um país que não é pioneiro na utilização de tecnologia na construção civil. Muitas técnicas que utilizamos são consideradas ultrapassadas em outros países. Todavia, isso vem mudando ao longo dos anos.

Além do esforço das empresas do setor e profissionais em conhecer e se adaptar às novas tecnologias, temos o empenho da administração pública em estimular a adoção da ferramenta.

As vantagens para o setor público são várias, como melhoria da construção de obras públicas, orçamento otimizado e aumento na qualidade das construções públicas.

Nesse sentido, os principais esforços foram realizados por meio da Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos (n° 14.133), em vigor desde 1º de abril de 2021, que prevê incentivo ao uso da tecnologia. Como se pode observar, no Art. 19, §3, fica estabelecido que o BIM deve ser apresentado como ferramenta prioritária na confecção de projetos para obras públicas:

"Nas licitações de obras e serviços de engenharia e arquitetura, sempre que adequada ao objeto da licitação, será preferencialmente adotada a Modelagem da Informação da Construção (Building Information Modelling– BIM) ou tecnologias e processos integrados similares ou mais avançados que venham a substituí-la."

Outra legislação que incentiva e regulamenta o BIM é o Decreto BIM — Decreto 10.306/2020. O decreto estabelece a utilização da tecnologia BIM de forma direta ou indireta em obras ou serviços de engenharia realizados por instituições da administração pública federal.

As dimensões do BIM

As 7 dimensões do BIM

Agora falaremos sobre as principais dimensões do BIM. São elas:

  • 2D BIM – Gráfico;
  • 3D BIM – Modelo;
  • 4D BIM – Planejamento;
  • 5D BIM – Custos;
  • 6D BIM – Sustentabilidade;
  • 7D BIM – Gestão da manutenção.

2D BIM – Gráfico

Essa é a dimensão mais básica. Está presente em outros softwares mais simples, como os em CAD. Desse modo, a dimensão 2D representa os planos do projeto, como plantas baixas, fachadas, cortes, elevações, etc.

Os profissionais que utilizam softwares baseados em CAD (a grande maioria, portanto), estão familiarizados com a dimensão. Ela é muito eficiente para representações gráficas técnicas, mas apresenta diversos desafios, como a falta de integração entre diferentes plantas.

3D BIM – Modelo

A dimensão 3D do BIM é responsável por tornar o projeto um modelo virtual. Dessa maneira, é possível construir uma maquete eletrônica de forma simultânea à confecção das plantas técnicas.

Portanto, vale destacar que a visualização dos projetos em 3D é realizada de forma dinâmica. Isto é, ao modificar um elemento em uma planta 2D, o 3D é modificado de forma automática. Dessa maneira, podemos perceber o modelo 3D alterando de forma simultânea. Assim, o modelo é interligado.

Uma mudança na fachada é alterada em todos os outros documentos, como corte e 3D, por exemplo.

4D BIM – Planejamento

O planejamento da obra é um elemento importante para que os prazos sejam cumpridos. Dessa forma, um planejamento falho — ou mesmo a sua ausência —, leva a um aumento no tempo de obra e, consequentemente, aumento no custo.

Assim, esta dimensão está ligada de forma direta ao tempo. Portanto, o que se deseja criar com a dimensão 4D do BIM é uma sequência lógica de etapas de obra a serem cumpridas. Um verdadeiro passo a passo mostrando os elementos que devem ser executados antes ou depois.

É importante ficar atento à interferência logística e não colocar etapas conflitantes para serem executadas de forma simultânea.

5D BIM – Custos

Esta dimensão é relativa aos custos da obra. Ou seja, ao orçamento. Desse modo, é importante abordar sobre a precisão dos custos na plataforma BIM.

Como em outras dimensões, uma alteração feita em qualquer elemento gera uma mudança no custo total da obra.

Ademais, um uso interessante dessa dimensão está na capacidade de fazer avaliações do impacto de mudanças no projeto de modo rápido, proporcionando também uma maior previsibilidade ao orçamento — assim como precisão.

6D BIM – Sustentabilidade

A sustentabilidade se torna, cada vez mais, um elemento necessário para a construção. Ou seja, não é mais visto como um diferencial pelo mercado, mas como uma exigência.

Dessa maneira, essa dimensão do BIM permite que sejam realizadas diversas análises voltadas para a sustentabilidade. As análises mais efetuadas estão relacionadas ao consumo de energia, uso de água e conforto térmico.  

Além disso, é possível fazer estimativas precisas sobre desempenho acústico, luminosidade dos modelos, entre outros.

É essencial que as novas tecnologias sejam compatíveis com a realidade e tendências do mercado da construção. Em relação à sustentabilidade, o BIM cumpre o seu papel.

7D BIM – Gestão da manutenção

A dimensão 7D do BIM está relacionada aos cuidados que uma edificação deve ter durante o ciclo de vida. Por meio dessa dimensão, é possível extrair dados como manuais de operação, especificação dos materiais, datas de garantia, entre outros.

A partir dessas informações, torna-se mais fácil a execução de alguns processos na edificação, especialmente manutenção dos sistemas hidráulicos, hidrossanitários e elétricos.

Essa dimensão muitas vezes não é levada em consideração durante o processo de construção. Além disso, quem recebe costuma não dar muito valor. Todavia, levar a gestão da edificação à sério evita que surjam manifestações patológicas no imóvel.

Sendo assim, as dimensões do BIM são fundamentais para aumentar o entendimento sobre a tecnologia e como trabalhar com os dados que podem ser gerados por meio dessa ferramenta. É importante perceber que a adoção da Modelagem da Informação da Construção vem ganhando cada vez mais espaço e relevância por todas as vantagens que apresentamos em cada dimensão. 

Agora que você já sabe mais sobre o assunto. Entenda as normas do Decreto BIM, em vigor desde 1º de janeiro de 2021, e todas as mudanças que já estão previstas para obras públicas. 

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