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O que é e como funciona a Tabela SINAPI

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Aqui você vai encontrar:
Profissional da construção civil conferindo tabela.

E como devemos utilizar esse recurso essencial para auxiliar no orçamento de obras?

A Tabela SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) é, basicamente, fruto de uma parceria firmada entre IBGE e Caixa Econômica Federal que consiste em mensurar custos e índices para o ramo de Construção Civil - principalmente obras públicas - incluindo a média de investimentos que serão feitos em salários, mão de obra, materiais, máquinas, equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.

O modelo de cooperação técnica entre as empresas funciona baseado na atualização mensal da tabela, onde a Caixa é responsável pela definição e manutenção dos fatores diretamente relacionados à engenharia, como a composição de serviços, projetos, entre outros. Já o IBGE fica com os deveres da base logística, como coleta, cálculos e apuração – ou seja, uma tem a missão de elaborar, analisar e avaliar orçamentos, enquanto a outra utiliza os índices para obter valores de mercado atualizados e aplicá-los na prática, equilibrando as despesas.

Por que os profissionais do ramo devem conhecer e utilizar a SINAPI?

Se você é um profissional da construção civil, por exemplo, e não está familiarizado com o assunto, saiba que essa tabela é de suma importância para otimizar e validar processos que costumam ser muito mais complicados – e caros - sem ela. O fato de ser obrigatória para o meio público está diretamente relacionado à sua valiosa base de dados, que foi estruturada com base em pesquisas de altíssima precisão feitas pela USP e financiadas pela Caixa, tudo para que os custos sejam ajustados e se aproximem ao máximo à realidade orçamentária da construção.

Ou seja, com ela é possível economizar e, ao mesmo tempo, manter a qualidade de todos os insumos e serviços envolvidos na obra. Esse já é um bom motivo, não é? Além disso, ela definitivamente ajuda a evitar que adversidades aconteçam por uma possível disparidade entre o que foi orçado e o que já foi colocado em prática – o que seria uma tragédia, já que as obras realizadas no ramo da Engenharia Civil costumam movimentar cifras milionárias e ter muitas partes envolvidas.

Além de utilizar a SINAPI como grande referência, você pode aproveitar e fazer o download do nosso Guia Definitivo de Orçamento de Obras. Descubra as etapas essenciais para deixar seu orçamento de obras bem completo, sem mistério. Neste e-book, te ensinamos a construir projetos com maior velocidade, precisão e economia.

Interessante! Mas como posso fazer para consultar e utilizar a tabela SINAPI?

Antes de explicar o passo a passo de utilização da SINAPI, vale ressaltar que as atualizações mensais - citadas lá no começo do artigo – variam entre as capitais espalhadas pelo país, ou seja, os preços dos insumos e mão de obra divergem de região para região. Clique aqui para conferir os custos médios e índices segundo as áreas geográficas e atualizados em março de 2023

Com o perdão do trocadilho, o “resumo da obra” é: se você for um engenheiro civil de uma prefeitura ou outro órgão público, certifique-se de que os valores orçamentários estão realmente alinhados com os valores indicados na SINAPI, isso para que os investimentos sejam ajustados devidamente, tudo de acordo com a localidade de execução da obra.

Agora, vamos ao passo a passo? Para utilizar a tabela, basta você fazer o seguinte:

• levantar todos os nomes dos insumos e mão de obra que serão utilizados, considerando possíveis sinônimos (por exemplo: alguns locais usam o termo “marco” e outros “forra” para a estrutura onde as portas são fixadas);

• acessar o site do SINAPI/Caixa e procurar a tabela de preços dos insumos que melhor se adeque ao local, bem como mais atualizada possível e de acordo com o regime de tributação relacionado aos encargos sociais da empresa que vai utilizar a tabela;

• baixar um arquivo no formato PDF e realizar a busca pelos insumos. Na tabela, há um código, o nome do insumo, a unidade de medida e o preço correspondente. Os valores relacionados à mão de obra já incluem os encargos sociais, que podem ser consultados na própria SINAPI (geralmente atualizada de forma semestral); 

• tomar nota dos preços e encargos sociais para aplicá-los, mais tarde, nas composições unitárias. O ideal é utilizar o Sinduscon (Sindicato da Construção Civil) da sua cidade e, posteriormente, aplicar os encargos que melhor se adequem - principalmente se o orçamento em questão for utilizado para participar de uma licitação. Vale ressaltar que esse processo não se aplicaria caso a planilha de referência fosse de um orgão público.

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Versão de composições unitárias

Essa é uma alternativa da tabela que não leva em consideração a localidade da obra, utilizando composições analíticas unitárias que também fazem parte do orçamento de obras públicas. Aqui, basta utilizar a SINAPI mais atualizada que esteja disponível. Nesse caso, o passo a passo deve ser baseado nas seguintes ações:

  • levantamento dos projetos e todos os serviços de construção que serão necessários, considerando seus aspectos técnicos de execução e os quantitativos;
  • buscar a composição unitária pertinente, considerando a unidade de serviço que ela disponibilizar (m³, m², h, un., etc.);
  • multiplique os coeficientes de consumo pelo preço dos insumos. Some todas essas parcelas e multiplique pela quantidade de serviço na unidade da composição. No caso da mão de obra. Não esqueça de utilizar o Sinduscon da sua cidade para depois inserir os encargos sociais que melhor se adequem (levando em consideração o mesmo conceito citado no “passo a passo” do tópico anterior); 
  • some os custos de todas as composições unitárias e aplique a taxa de BDI para obter o orçamento ou preço final.

Composições de custos

A tabela SINAPI é desenvolvida com base em diversas composições de custos, que representam os diferentes itens envolvidos no processo de construção civil. Cada composição de custo é elaborada com base em uma técnica específica de cálculo, que leva em consideração diversos fatores relacionados ao item em questão. Para facilitar a vida do leitor e ajudar a compreender melhor como funciona seguir, confira abaixo cada uma das composições e a técnica utilizada para montá-las:

Composição de custo de mão de obra: aqui, a técnica utilizada é a pesquisa salarial, que consiste na coleta de informações sobre os salários pagos a diversas categorias de profissionais da construção civil em cada região do país.

Composição de custo de materiais: nesse caso, a técnica utilizada é a pesquisa de mercado, que consiste na coleta de informações sobre os preços dos materiais de construção em diversos estabelecimentos comerciais, como lojas, distribuidores, atacadistas e fabricantes de materiais de construção.

Composição de custo de equipamentos: a técnica utilizada é a análise de custo-benefício, que leva em consideração o custo de aquisição, o tempo de vida útil, a capacidade produtiva, a eficiência e a necessidade de manutenção dos equipamentos.

Composição de custo de transporte: aqui, a técnica utilizada é a análise de custo-benefício, que leva em consideração o custo do transporte, a distância percorrida, o tempo de transporte e a capacidade de carga dos veículos utilizados.

Composição de custo unitário básico: elaborada com base na soma dos custos das composições de mão de obra, materiais, equipamentos, transporte e administração local. A técnica utilizada é a análise de custo-benefício, que leva em consideração os valores envolvidos em cada item e sua importância para a execução da obra.

Para resumir, cada composição de custo da tabela SINAPI é elaborada com base em uma técnica específica de cálculo, que leva em consideração diversos fatores relacionados ao item em questão. Esse tópico descreve detalhadamente mais um dos motivos da tabela SINAPI ser uma importante ferramenta para a gestão de custos e preços na construção civil no Brasil.

Coeficientes de mão de obra e materiais

Os coeficientes de mão de obra e materiais da tabela SINAPI são importantes indicadores utilizados na composição dos custos de obras e serviços de engenharia no Brasil. Eles representam a proporção de cada item em relação ao custo total da obra ou serviço, e são calculados a partir da coleta de preços de materiais e serviços realizada mensalmente pelo IBGE em parceria com a Caixa Econômica Federal.

A parte de mão de obra representa a parcela de tempo (quantidade) que cada profissional dedicará à obra ou serviço. Tudo varia de acordo com a categoria da mão de obra, que é dividida em oito níveis de qualificação, desde ajudante até mestre de obra. Cada composição leva em consideração a menor unidade de serviço.

Por exemplo, digamos que você precisa fazer uma composição de preço de alvenaria de vedação do bloco cerâmico (1m²). Quantas horas de pedreiro seriam necessárias para esse 1m² de alvenaria? Tal valor seria o coeficiente deste profissional específico para essa composição. Para chegar nos índices, basta acessar as documentações da SINAPI (link disponível no bloco acima). 

Já os coeficientes de materiais de construção da tabela SINAPI são representados pela quantidade necessária que é dedicada à obra ou serviço. Nesse caso, o exemplo seria: quantos tijolos eu preciso para efetuar 1m² de determinado serviço? Tudo varia de acordo com o tipo de material utilizado, e são calculados a partir dos preços coletados mensalmente pelo IBGE em diversos estabelecimentos comerciais, como lojas, distribuidores, atacadistas e fabricantes de materiais de construção.  

Todas as informações citadas são atualizadas mensalmente de acordo com os preços coletados pelo IBGE, e são utilizados como referência para a elaboração de orçamentos de obras e serviços de engenharia, tanto no setor público como no setor privado.

Além disso, esses coeficientes são importantes indicadores para o planejamento e controle de custos na construção civil, permitindo uma melhor gestão dos recursos e uma maior eficiência na execução de obras e serviços de engenharia.

Exemplo de cálculo dos coeficientes

Os coeficientes de mão de obra e materiais podem ser calculados de diferentes maneiras, dependendo do tipo de projeto ou do setor de atividade. Confira um print da própria tabela exemplificando como funciona: 

Claro que existem outros cálculos envolvidos para compor a obra ou serviço em questão, mas este exemplo serve para visualizar de forma clara como seria feito na prática!

Metodologia de coleta de preços em parceria com o IBGE

A coleta de preços da tabela SINAPI é realizada mensalmente em todas as capitais brasileiras e em algumas cidades do interior de cada estado. Ela é feita em lojas, distribuidores, atacadistas e fabricantes de materiais de construção, além de empresas que prestam serviços relacionados à construção civil, como mão de obra especializada.

Para a coleta de preços dos materiais de construção, são selecionados produtos que fazem parte da cesta de materiais da tabela SINAPI, que inclui mais de 13 mil itens. A escolha dos produtos leva em consideração a representatividade do item no custo total da obra, a disponibilidade no mercado e a qualidade do produto.

Já para a coleta de preços dos serviços de construção civil, a quantidade de opções é menor, contando com mais de 2 mil itens – o que continua sendo um número expressivo. A escolha dos serviços leva em consideração a representatividade do serviço no custo total da obra, a complexidade do serviço e a frequência de contratação.

Na etapa seguinte, os valores coletados são registrados em um sistema informatizado e passam por uma série de análises e validações antes de serem utilizados na composição dos custos da tabela SINAPI. O IBGE é responsável pela verificação da qualidade e consistência dos dados coletados, enquanto a Caixa Econômica Federal é responsável pela composição da tabela SINAPI, que é utilizada como referência para os contratos públicos de obras e serviços de engenharia.

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